Potencial de armazenamento do país é de 95 GWh

Ainda consideradas um tabu, as tecnologias de armazenamento de energia podem ganhar força no Brasil. Estudo inédito sobre o tema, feito pela Associação Brasileira de Armazenamento e Qualidade de Energia (Abaque), indica que há um potencial de armazenamento de energia no país de 95 gigawatts (GWh) até 2024. Segundo Alexandre Bueno, diretor de Desenvolvimento e Tecnologia de mercado da Instituição, esse volume seria suficiente para atender toda a demanda de energia do país durante uma hora.

 

O estudo foi feito com base no Plano Decenal de Energia (PDE) 2024, da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que traça metas para expansão das fontes eólica e solar, que possuem alto grau de integração com sistemas de armazenamento de energia.

 

O próximo passo da entidade é calcular os custos e o benefício econômico da aplicação do potencial. "De forma qualitativa, o primeiro benefício é deixar de consumir óleo diesel, e usar uma energia limpa e silenciosa para atender o pico de demanda", disse Bueno.

 

Os dois principais usos da tecnologia no Brasil são justamente o atendimento no horário de ponta, quando são acionadas usinas a óleo combustível, e a integração com fontes intermitentes de energia, como usinas eólicas e solares, em franca expansão no Nordeste.

 

"Quando você agrega sistemas de armazenamento, você melhora muito a qualidade da energia dessas fontes, como eólica e solar", afirmou ele. Ao acoplar projetos de armazenamento a essas usinas, o fator de capacidade desses parques ­ que indica o quanto de energia esses empreendimentos podem comercializar ­ aumenta.

 

Um fator de estímulo para o setor é a chamada pública que está sendo elaborada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para o desenvolvimento de um programa de pesquisa e desenvolvimento (P&D) estratégico sobre o tema, com recursos compulsórios das empresas de energia. "Esperamos para esta segunda quinzena de maio a divulgação da Aneel da chamada pública em caráter oficial. Ela dará 15 dias para que as empresas se manifestem interessadas em participar e mais 180 dias para apresentação e formatação de projetos", explicou Bueno.

 

Fonte: Valor Econômico

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