Cenário mais provável mostra abastecimento comprometido em 2015

Levando-se em conta uma ligeira melhora nas vazões na comparação com março – que deve fechar em cerca de 70% da média de longo termo (MLT) nos próximos meses -, a tendência é chegar ao final do ano com uma Energia Natural Afluente (ENA) de 34%, o que compromete o abastecimento para 2015. A previsão é da Thymos Energia, que traçou nove cenários, nos quais esse é considerado o mais provável.

Neste panorama, o Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) deve oscilar ao longo do ano muito acima da média histórica. Em abril, o valor já deve fechar abaixo dos R$822,93/MWh de fevereiro e março, valor teto estipulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em R$732/MWh, chegando ao final do ano em R$482/MWh.

Apenas a título de ilustração, já que trata-se de um cenário tão pouco provável como a total reversão e recuperação das vazões, a manutenção das condições atuais representariam uma ENA ao final de 2014 de apenas 2%.

Para João Carlos Mello, da Thymos Energia, o comprometimento do abastecimento para o próximo ano será uma realidade se não houver nenhum instrumento que incentive uma desaceleração da demanda. “Esforços conjuntos poderiam causar uma redução voluntária de consumo de 5%”, afirmou o consultor, durante o evento Agenda Setorial 2014 – Regulação e Mercado, realizado nesta quinta-feira (13/03) no Rio de Janeiro.

Por esforços conjuntos, Mello aponta práticas operativas do Operador Nacional do Sistema (ONS) e programas de bonificação à população aos moldes do que está sendo feito pela concessionária de água e saneamento Sabesp, de São Paulo, que está enfrentando o problema dos níveis críticos em seus reservatórios.

Presente ao evento, o ex-diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) Edvaldo Santana afirmou que as distribuidoras são livres para fazer esse tipo de apelo em suas respectivas áreas de concessão. Um aviso desse tipo partir do governo, porém, é considerado pouco provável pelos agentes do setor elétrico, por soar extremamente impopular em um ano eleitoral.

Fonte: Jornal da Energia – 13/03/2014

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