Pequenas hidrelétricas ( PCHs) terão frente parlamentar mista no Congresso Nacional

O deputado federal Pedro Uczai ( PT-SC ) iniciou nesta segunda feira, o trabalho de coleta de assinaturas no congresso para a formação da frente parlamentar mista das pequenas centrais hidroelétricas, ou PCHs.

Na opinião do congressista, seu baixo impacto ambiental e reduzido custo de geração com relação às termoelétricas seriam muito úteis ao sistema elétrico nessa hora de escassez de grandes reservatórios. “As PCHs são construídas em rios com vales bem encaixados. E enquanto não se estabelece uma justa participação dos indígenas na construção e nos resultados das grandes hidroelétricas, elas poderiam gerar energia nos períodos mais chuvosos, economizando a água das usinas de maior porte para que essa energia seja usada nos períodos mais secos.Assim dependeríamos menos das termoelétricas.

”Para Uczai “É só fazer as contas. Foram 2,4 bilhões de reais por mês, com as térmicas. Isso significa 80 milhões de reais para cada dia que essas térmicas funcionaram. Ou 3,3 milhões de reais por hora ou 55 mil reais por minuto!Assim nossa indústria e nossa agricultura não conseguirão competir com as estrangeiras! E para quê? Além disso são combustíveis caros, importados e que emitem gases de efeito estufa, particulados de enxofre e de carbono”

Uczai, que é professor universitário e autor de sete livros sobre a questão da geração de energia renovável e sustentabilidade, defende que todas as fontes renováveis devem ser incentivadas, pois ao longo dos meses do ano são complementares entre si. Ele confia que em todos os partidos e em todos os estados haverá muita simpatia para a proposta de formação da frente parlamentar das PCHs.

“As eólicas são muito importantes. Entretanto, sua produção cai quase 80% nos períodos chuvosos, quando é a vez das PCHs estarem no seu máximo. Se, nos períodos chuvosos, em vez de só as grandes usinas usarem a sua água armazenada nós tivermos muitas destas PCHs, vamos poder economizar a aguas dos reservatórios destas usinas maiores, que vão poder encher-se completamente, o que não está acontecendo mais, em virtude do grande aumento da demanda. Assim, durante a estiagem do próximo ano, não precisaremos das termoelétricas que geram energia oito vezes mais cara e poluem o meio ambiente. Eólicas e PCHs se completam entre si e não concorrentes ”,explicou.

Pedro Uczai esclarece que as principais atividades da frente serão as de acompanhar a tramitação e propor matérias, promover políticas e ações que se relacionem com as PCHs como parte do projeto estratégico de desenvolvimento sustentável do País.

“Através da frente promoveremos seminários sobre o tema, intercâmbio entre os parlamentares para integrar propostas de políticas públicas para as PCHs. Vamos também colaborar com órgãos e entidades relacionados às PCHs no sentido de promover a cooperação com o congresso e estimular a participação da sociedade nas discussões sobre o papel estratégico das PCHs”, esclareceu Uczai, autor do livro “O inevitável mundo novo”.

Para o engenheiro Ivo Pugnaloni, presidente da ABRAPCH e do Grupo ENERCONS, associação que reúne empresários, especialistas, projetistas e fabricantes do setor, informa que “em cada estado do Brasil estão parados mais de 50 projetos deste tipo de fonte renovável na ANEEL e no BNDES. O total já supera a marca de 1000 pequenas usinas com a potencia total de 9000 MW com projetos parados. “Estão paralisados 65% de uma nova Itaipu, cuja construção injetaria 45 bilhões de reais na economia em apenas um ano e meio e livraria os consumidores de pagarem uma das tarifas mais caras do mundo. E cujos projetos já custaram mais de um bilhão de reais aos empreendedores privados que acreditaram no governo e investiram.

”As PCHs são usinas com até 30 megawatts de potencia, suficiente para atender uma cidade com 45 mil habitantes, mas que provoquem alagamento máximo de 300 hectares ou 3 quilômetros quadrados, igual a 28 campos de futebol oficial.”

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