Plataforma online mostra quanto custa gerar energia elétrica no Brasil

Segundo estimativas oficiais do governo, até 2025 o Brasil precisará de uma produção extra de energia de 200 terawatts-hora (TWh), ou quase um terço a mais em relação à demanda atual. Dependendo de quais tipos de energia serão escolhidos, os custos podem ser maiores ou menores, assim como as emissões de gases de efeito-estufa.

 

Para ajudar a população a entender o que essas escolhas podem significar para o bolso na hora de pagar a conta de luz e também para a contribuição do País ao aquecimento global, o Instituto Escolhas lança nesta sexta-feira (12) uma plataforma online que permite simular os mais diferentes cenários de composição da matriz elétrica brasileira para atender a essa demanda.

 

O leitor pode fazer sua própria composição dentro de sete possibilidades de energia: hidrelétrica, solar, eólica, térmica a biomassa, térmica a gás natural, térmica a carvão e nuclear. E a ferramenta informa quanto seria o investimento necessário, quanto essa composição emitiria de gás carbônico e qual seria o valor na sua conta de energia por megawatt-hora. Para este último valor, o usuário deve selecionar também a distribuidora de energia da região onde mora.

 

“A ideia é que as pessoas possam fazer o mix de matriz elétrica que acharem mais interessantes e terem noção de qual impacto isso pode ter no orçamento do país e no próprio bolso. A pessoa pode querer só fontes renováveis ou não ligar para nada disso e querer carvão, mas com a plataforma vai saber em números o que isso significa”, explicou ao Estado Sérgio Leitão, diretor de Relacionamento com a Sociedade do Instituto Escolhas e coordenador da plataforma #Quantoé? Gerar Energia.

 

Hoje a maior fatia da matriz elétrica brasileira é de origem hidrelétrica, uma fonte renovável e limpa. Dos 581,5 terawatts-hora gerados em 2015, segundo dados do Balanço Energético Nacional, 62% vinham das hidrelétricas. Esse valor, porém, já foi maior, mais próximo dos 70%, e cai em situações de seca no País, como foi o ano de 2015.

 

Na ocasião, muita gente deve se lembrar que a conta de luz vinha mais alta, porque o País teve de acionar as termelétricas. Com a plataforma, é possível ver claramente o impacto que isso traz não são ao bolso, mas ao efeito estufa. Energia a carvão é muito mais suja.

 

“Projetos de energia estão ligados aos casos de corrupção no País. Grandes hidrelétricas na Amazônia são cercadas de polêmicas por desalojarem povos indígenas. As fontes renováveis não-hídricas são cheias de predicados interessantes, mas qual é o impacto de tudo isso para o bolso do cidadão? É o que buscamos responder”, disse Leitão.

 

O Estado fez uma simulação que não resultasse em mais hidrelétricas nem em fontes sujas, com investimento de 40% em eólica, 25% solar e 35% em térmica a biomassa. O investimento seria de R$ 1,249 milhões e a conta ao consumidor seria de 249,75 R$/MWh. Em São Paulo hoje esse custo é de R$ 224,02 R$/MWh.

 

A ideia, diz Leitão, é mostrar os benefícios de uma matriz limpa e renovável. “A expectativa é que, ao saber o impacto de suas escolhas no preço da conta de luz, o consumidor entenda seu poder de controle sobre algo que parece tão distante e envolve tantos gastos bilionários”, afirmou.

 

Fonte: Estadão.

 

 

 

 

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