Governo estuda realizar campanhas de uso racional da energia

O MME já está discutindo a realização de uma campanha nacional para conscientizar a população brasileira sobre a necessidade de economizar energia, indicando um reconhecimento público do agravamento da situação hidrológica. Projeções indicam um cenário mais pessimista no segundo semestre, especialmente no Nordeste do país, que vive o quinto ano com chuvas abaixo da média.

O ministro de Minas e Energia, Fernando Bezerra Coelho Filho, disse nesta segunda-feira (10/4), que "esta é uma ideia que foi colocada e a gente está elaborando como fazer". Além da campanha, o CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico), anunciou a formação de um grupo de trabalho para monitorar a evolução do quadro hidrológico.

A proposta de monitoramento foi apresentada pelo diretor-geral do ONS, Luiz Eduardo Barata, na reunião do CMSE, que não contou com a participação do ministro, em audiência com o presidente Michel Temer. Coelho contou que foi informado previamente do plano.

A campanha tem como objetivo diminuir o impacto das bandeiras tarifárias para os consumidores. Coelho ressaltou que a questão da economia de energia independe do patamar tarifário e que a campanha de conscientização pode ser constante, ainda que iniciada num momento de poucas chuvas.

"No segundo semestre [o atendimento à demanda] deve ser bastante difícil do ponto de vista do fornecimento hídrico, não [do ponto de vista] energético – temos energia para atender à população; agora, por ser um fornecimento mais dependente de térmicas, deverá ter um custo adicional", disse Coelho a jornalistas, antes de participar do Seminário Concessões e Investimentos no Brasil: Novos Rumos, realizado nesta segunda-feira (10/4) pela FGV Projetos.

No entanto, Coelho descartou que o país viva uma situação ruim de abastecimento. Paulatinamente, o governo já vinha sinalizando que os custos da energia seriam maiores para os consumidores, o que se concretizou com a definição do primeiro patamar de bandeira vermelha, válida para abril, o que indica adicional de R$ 3,00 por 100 kWh consumidos.

A alta tarifária iniciada em 2015 foi causada por, entre outros motivos, aumento do despacho térmico causado pela falta de chuvas e esvaziamento dos reservatórios, o que comprometeu o caixa das distribuidoras, descasado por ter que pagar pelo combustível das térmicas e esperar o ressarcimento no momento do reajuste ou revisão tarifária.

 

Fonte: Brasil Energia

 

 

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