Cepel será parceiro de centro norueguês de excelência em energia sustentável em hidroeletricidade

No dia 23 de setembro, o diretor da Área de Pesquisa Estratégica em Energia da Universidade de Ciência e Tecnologia da Noruega (NTNU, da sigla em inglês), Olav Bjarte Fosso, esteve no Cepel para participar de uma reunião com o diretor-geral da instituição, Albert Melo. A visita do especialista teve como objetivo dar seguimento à formalização da parceria entre o Cepel e um dos recém-criados centros noruegueses de excelência em energia sustentável (da sigla em inglês EFE, Environmentally Friendly Energy), o HydroCen, cujo foco é a hidroeletricidade.

 

Outro objetivo da reunião foi discutir a potencial colaboração do Cepel em outros EFEs existentes, como os de redes elétricas inteligentes; transportes – baterias e células a combustível; edifícios carbono zero; CCS (do inglês,  CO2 Capture and Storage); bioenergia; energia solar; e eficiência energética na indústria, onde também há participação da NTNU.

 

Fosso integrou a delegação liderada pelo ministro de Educação e Pesquisa da Noruega, Torbjørn Isaksen, que veio ao Brasil, entre 21 e 24 de setembro, para participar de workshops no Rio e São Paulo voltados a estreitar a colaboração em pesquisa e educação entre instituições brasileiras e norueguesas.

Como esclarece o especialista, os oito EFEs foram concebidos no primeiro semestre de 2016 e têm duração prevista de oito anos. Com relação ao orçamento, 50% do financiamento vêm do Conselho de Pesquisa da Noruega; 25%, da indústria; e os outros 25%, de parceiros acadêmicos. Fosso assinala que “a Noruega tem oito países parceiros prioritários fora da União Europeia – Brasil, Canadá, China, Índia, Japão, Rússia, África do Sul e os EUA – e que a cooperação bilateral possibilita acesso à produção de conhecimento global”.

 

Parceria Brasil-Noruega

 

Para o diretor-geral do Cepel, Albert Melo, “o estreitamento de uma parceria com uma universidade como a NTNU é estratégica para o Cepel na área energética, já que esta universidade, em colaboração com o SINTEF, desenvolveu modelos de otimização estocástica que estão em uso no sistema escandinavo”. Melo acrescenta que o Centro tem o intuito de estender a colaboração para outras áreas de atuação em comum.

 

A opinião é corroborada por Fosso, que assinala que, além da parceria Cepel-HydroCen, existem outras possibilidades para expandir e construir uma colaboração sustentável. “Com uma quantidade crescente de geração intermitente dentro dos sistemas de energia, a flexibilidade de energia hidrelétrica se tornará importante fator de equilíbrio em muitos países, embora poucos tenham alcançado os níveis de penetração de hidroeletricidade atingidos por Brasil e Noruega. Outra possibilidade é ampliar a colaboração em outros tópicos, envolvendo universidades do Brasil, bem como outros parceiros de pesquisa, como o SINTEF”.

 

O especialista, parceiro de longa data do Cepel, explica as similaridades entre os sistemas elétrico brasileiro e norueguês, e destaca aexpertise do Centro: “A Noruega tem 98% dos seus recursos em hidroeletricidade, mas está interconectada aos países escandinavos. Então, o planejamento envolvendo o uso de recursos hídricos torna-se uma questão típica de sistemas hidrotérmicos em ambiente de mercado livre”.

 

“Neste contexto – complementa Fosso – o Cepel é reconhecidamente um centro de competência no fornecimento de ferramentas para o planejamento e operação da maioria das aplicações do sistema elétrico. Para análise de redes elétricas, vários países têm ferramentas computacionais e soluções similares, mas, quando envolve o planejamento e a operação energética de países com recursos hídricos significativos, há poucas instituições competentes para discutir”.

 

Segundo o especialista, ao longo dos anos, o Cepel tem sido um provedor de conhecimento nesta área e um importante parceiro para as pesquisas norueguesas nas discussões e trocas de experiência sobre formulações matemáticas e modelagens. Ele acrescenta “ter ficado impressionado com a carteira de programas computacionais do Cepel e seu uso generalizado no apoio à tomada de decisão e capacitação”.

Reunião com o DEA

 

Após reunir-se com o diretor-geral do Cepel, Fosso participou de reunião com pesquisadores do Departamento de Otimização Energética e Meio Ambiente (DEA), liderados pela pesquisadora Maria Elvira Piñeiro Maceira, quando foram discutidos os avanços nas metodologias de aversão a risco em sistemas hidrotérmicos.

 

Na ocasião, o pesquisador André Diniz fez uma apresentação da metodologia denominada nova SAR (Superfície de Aversão a Risco), que está implementada no programa NEWAVE e em fase de validação pela Comissão Permanente para Análise de Metodologias e Programas Computacionais do Setor Elétrico (CPAMP).

 

Seminário Energia para o Futuro

 

O especialista norueguês e o diretor-geral do Cepel já tinham estado juntos no dia 21 de setembro, quando participaram do seminário “Energia para o Futuro”, promovido pelo Conselho de Pesquisa da Noruega e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), na sede da fundação, em São Paulo.

 

 

Aberto pelo ministro de Educação e Pesquisa da Noruega, Torbjørn Isaksen, o evento reuniu pesquisadores brasileiros e noruegueses para discutir, dentre outros tópicos, a produção, armazenamento, distribuição e uso de energia renovável; a evolução do cenário internacional para a adoção desse tipo de energia; e novas tecnologias para produção offshore de gás de petróleo.

 

Participaram da abertura Aud Marit Wiig, embaixadora no Brasil; Arvid Hallén, diretor-geral do Conselho de Pesquisa da Noruega; e reitores de quatro universidades norueguesas: Gunnar Bovim, da Norwegian University of Science and Technology (NTNU); Mari Sundli Tveit, da Norwegian University of Life Sciences (NMBU); Dag Rune Olsen, da University of Bergen (UiB); e Ole Petter Ottersen, da University of Oslo (UiO). A Fapesp foi representada pelo presidente, José Goldemberg, e pelo diretor científico Carlos Henrique de Brito Cruz.

 

O diretor-geral do Cepel e Fosso participaram do painel “Evolução do panorama energético e Fontes de Energias Renováveis”, onde ministraram, respectivamente, as palestras “Fontes Renováveis no Brasil e Aspectos de Integração” e “Fontes de Energia Renovável e sua integração”.

 

“Não há desenvolvimento sustentável sem energia sustentável”, disse Melo em sua apresentação, que versou sobre os determinantes para que a matriz elétrica brasileira seja uma das mais renováveis do mundo, e as ações que o país vem empreendendo para cumprir as metas do INDC apresentado na COP21, em dezembro do ano passado.

 

Durante o evento, Melo ainda participou de reunião com o Rune Volla, diretor para Energias, Recursos e Meio Ambiente do Conselho de Pesquisa da Noruega, que manifestou o interesse de o país ampliar a colaboração com o Cepel e incentivou a concretização da parceria.

 

Fonte: Cepel

 

 

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