Leilão de energia bate recorde de inscrições

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) recebeu 1.041 inscrições de empreendimentos de energia, em um total de 50,9 mil megawatts (MW), para o leilão A-5/2014, marcado para o dia 12 de setembro deste ano, que vai entregar energia para 2019.

As térmicas a gás natural cadastradas para o leilão somam 20.057 MW, as eólicas somam 17.401 MW e as usinas solares fotovoltaicas somam 6.102 MW. Por sua vez, térmicas a carvão somam 4.490 MW e térmicas a biomassa outros 1.662 MW. As hidrelétricas somam 575 MW e as pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) somam 379 MW. Os projetos ainda passarão por processo de habilitação.

Segundo o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, a quantidade de inscrições para o leilão superou as expectativas do governo e não tem similares em todo o mundo. “É um recorde não só brasileiro, mas mundial. Não se tem notícia de nenhum leilão com mais de mil projetos interessados em participar. A maioria é de projetos privados. Isso é muito bom porque indica o interesse do capital privado em investir no setor elétrico e de que teremos projetos suficientes para atender à demanda das distribuidoras”, analisou.

O leilão de setembro vai incluir projetos termelétricos a gás natural, responsáveis pela maior oferta de nova capacidade instalada no certame e ainda projetos de energia eólica, que, segundo o presidente da EPE, têm se tornado importantes para a matriz brasileira.

O leilão da próxima sexta-feira (6), para usinas que vão entregar energia em janeiro de 2017, vai completar a oferta que já foi contratada em leilões anteriores. “Nós temos uma boa expectativa para este leilão dado o número de empresas habilitadas ”, disse Tolmasquim. O certame recebeu 268 inscrições de interessados.

 Matriz energética

 Tolmasquim participou nesta segunda-feira, na Fundação Getulio Vargas (FGV), do 4º Seminário Sobre Matriz e Segurança Energética Brasileira, promovido pela FGV Energia e o Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), para analisar o modelo energético brasileiro com as perspectivas e desafios do setor.

Segundo presidente da EPE, a diversidade de fontes de energia na matriz brasileira tem contribuído para dar mais segurança ao setor. “A gente está diversificando cada vez mais. Com o leilão de reserva, a gente vai ter um produto específico para energia solar e para resíduos sólidos além da eólica, com a idéia de poder ir diversificando a matriz”, avaliou.

Na avaliação do presidente, o acompanhamento do setor elétrico indica que algumas térmicas poderiam ser desligadas, mas por prudência, provavelmente, não será essa a decisão do governo. “O modelo está indicando que só precisaria despachar as térmicas até R$ 600 por megawatt/hora, o que daria a segurança necessária. Ou seja, isso é um sinal indireto que a situação está melhorando”, disse.

O secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, disse que diante deste cenário, há possibilidade de desligar as térmicas com custo mais alto, mas este não é o caso. “Não pretendemos e a avaliação será feita na semana que vem”, disse. A análise será feita na reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico.

Energia de reserva

 O Ministério de Minas e Energia marcou para 10 de outubro o leilão de energia de reserva, no qual contratará energia de fontes solar fotovoltaica, eólica e biomassa a ser entregue a partir de 1 de outubro de 2017.

As fontes disputarão o leilão em produtos separados, ou seja, não irão competir entre si, segundo portaria publicada no Diário Oficial da União nesta segunda-feira. Isso poderá ajudar na entrada definitiva da energia solar na matriz elétrica brasileira.

O leilão ainda permitirá que empreendimentos de geração que utilizam biomassa de resíduos sólidos urbanos, biogás de aterro sanitário ou biodigestores de resíduos vegetais ou animais, incluindo lodos de estações de tratamento de esgoto, participem da competição.

O prazo dos contratos assinados será de 20 anos e a energia será contratada na modalidade por quantidade. Os empreendimentos interessados em participar do leilão terão até 10 de julho para entregar de documentos na Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Não serão habilitados pela EPE os projetos com capacidade instalada inferior a 5 MW.

A contratação de energia de reserva é destinada a aumentar a segurança no fornecimento de energia elétrica do sistema interligado nacional, por meio da oferta da energia de usinas contratadas especialmente para esse fim. A portaria ainda não define os preços-teto que poderão ser praticados pelas fontes no leilão.

Fonte: Monitor Digital – 02/06/2014

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