Leilão de privatização da Celg é cancelado por falta de interessados

O leilão de privatização da Celg D, marcado para a próxima sexta­feira (19), foi cancelado por falta de interessados, informou o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Segundo a instituição, a disputa “foi considerada deserta por falta de interessados”. Hoje era o dia para entrega das propostas, mas não houve depósito das garantias necessárias. As empresas potencialmente interessadas vinham se queixando do preço mínimo estabelecido para a disputa, de R$ 2,8 bilhões, considerado muito elevado.

 

O governo federal reiterou que pretende rever as condições de preço e de risco para a próxima tentativa de venda da Celg­D, informou o secretárioexecutivo do Ministério de Minas e Energia, Paulo Pedrosa. Segundo ele, o fracasso da primeira tentativa não mexe com a intenção do governo de vender a distribuidora de energia. “Vamos conversar com o mercado e estamos abertos (a reavaliar o preço)”, afirmou. Eletrobras O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Jr, afirmou que a venda da Celg Distribuição (Celg D) ocorrerá mais rapidamente do que a das demais distribuidoras da estatal. Segundo ele, o processo de privatização da distribuidora goiana é diferente e não vai congestionar o processo de venda das demais distribuidoras do grupo.

 

O executivo disse que a distribuidora goiana está preparada e é muito “pujante”. Ele destacou ainda a área de atuação da Celg D, que julgou ser “espetacular”, no “coração do agronegócio brasileiro”. O diretor financeiro e de relações com investidores da Eletrobras, Armando Casado, afirmou que a Celg D continua no Programa Nacional de Desestatização (PND) e vai passar agora “por um processo de reavaliação”. De acordo com ele, a estatal vai participar junto com o BNDES para estabelecer um novo cronograma de privatização da empresa.

 

A ausência de propostas não pode ser considerada uma derrota do governo, mas indica a necessidade de ajustes nos parâmetros da licitação, como o preço do ativo, segundo o Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel), da UFRJ. “Não se trata de uma derrota do governo, mas de ajustes que terão que ser feitos, pois tanto a Celg D como as outras seis distribuidoras do grupo Eletrobras serão privatizadas, mas com preços mais justos”, afirmou o coordenador do Gesel/UFRJ, professor Nivalde de Castro. Na avaliação dele, o preço mínimo estabelecido de R$ 2,8 bilhões mais as dívidas, foi fixado mirando o interesse do grupo chinês State Grid, que, em geral, avalia ativos em uma perspectiva de longo prazo e de participação mais ampla no setor elétrico brasileiro. Mas, com a proposta firme de adquirir todo o controle da CPFL Energia, a chinesa ficou de fora do leilão, deixando o certame sem interessados. 

 

“Abre­se assim um período de revisão do preço mínimo, certamente com auxílio do BNDES, e com enquadramento do leilão da Celg D na nova política de privatização do governo Temer, definida pelo Programa de Parcerias de Investimentos (PPI)”, completou ele.

 

Fonte: Valor Econômico

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